E a dengue continua

A integração de políticas de saúde pública, ambientais e sociais é essencial para enfrentar os desafios multifacetados associados à dengue

Equipes da Zoonoses realizam trabalho de campo no combate aos focos da dengue

Equipes da Zoonoses realizam trabalho de campo no combate aos focos da dengue

A dengue é uma das doenças virais transmitidas por mosquitos mais prevalentes e preocupantes em todo o mundo, afetando milhões de pessoas anualmente. Desde o final do ano passado, com as alterações bruscas na temperatura, enfrentamos ora muita chuva, ora muito calor. Dois componentes fundamentais para a proliferação do mosquito transmissor da doença.

A doença é causada por quatro sorotipos diferentes do vírus transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. A expansão global do vetor, juntamente com fatores ambientais e socioeconômicos, tem contribuído para o aumento dos casos de dengue.

PUBLICIDADE

Os sintomas variam de febre e dor de cabeça a complicações potencialmente fatais, como a dengue grave e a síndrome de choque da dengue. E, ultimamente, têm aparecido alguns sintomas pouco comuns e com consequências bem drásticas, às vezes até a morte.

Apesar dos esforços para controlar a disseminação da doença, há ainda muitos desafios para serem enfrentados. A falta de infraestrutura adequada, recursos limitados e barreiras socioeconômicas complicam os esforços de controle e prevenção.

O saneamento inadequado, incluindo o acúmulo de água em recipientes domésticos, contribui para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, aumentando o risco de transmissão da dengue. Em muitas capitais, vimos o acumulo de lixo, o mato alto, casas abandonadas sem a devida fiscalização.

Medidas de saneamento

O saneamento adequado desempenha um papel crucial na redução dos locais de reprodução do mosquito vetor. A eliminação de água parada em recipientes como pneus, vasos de plantas, garrafas e caixas d’água, através de sistemas de esgoto eficientes e educação pública, é essencial para reduzir a incidência da dengue.

Além disso, a melhoria do acesso a água potável e serviços de esgoto pode contribuir para condições de vida mais saudáveis e reduzir a vulnerabilidade às doenças transmitidas por vetores. Como ainda, a limpeza diária das ruas, o desmate de matos e de lotes vagos.

No combate da dengue deve haver uma combinação de medidas preventivas e de controle, com o saneamento ocupando uma posição central. Isso inclui programas de eliminação de criadouros de mosquitos, educação pública sobre prevenção, monitoramento epidemiológico, aplicação de inseticidas, pesquisa de vacinas e investimentos em infraestrutura de saneamento básico.

A integração de políticas de saúde pública, ambientais e sociais é essencial para enfrentar os desafios multifacetados associados à dengue.

O que diz a legislação?

Temos na nossa legislação duas leis fundamentais para serem aplicadas nesse caso, a Lei de Saneamento Básico, a de nº. 11.445/2007 e a Lei da Política de Resíduos Sólidos, a nº. 12.305/2010. As duas tratam de normas essenciais para nossa saúde, bem estar e meio ambiente.

Entretanto, a dengue continua sendo um desafio significativo para a saúde pública. Precisamos implementar políticas públicas eficazes, com ênfase no saneamento adequado, aplicar as leis para reduzirmos a incidência da doença e minimizar seu impacto na população. As pessoas não podem mais morrer por isso em pleno século XXI.

Gostou do nosso conteúdo? Compartilhe!

Compartilhar
Compartilhar
Compartilhar
Compartilhar
Telegram
WhatsApp

Deixe um comentário