Uma análise sobre os impactos ambientais do evento
Nas duas últimas semanas o evento do Stock Car está na mídia e nas discussões dos grupos de WhatsApp. O evento está previsto para os dias entre 15 e 18 de agosto desse ano, na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte. O local foi escolhido por causa do histórico da região com o automobilismo, nas décadas de 1960 e 1970 já foram realizadas provas com pilotos famosos. Nas décadas passadas, o evento chegou a reunir cerca de 150 mil pessoas que iam ver de perto pilotos como Emerson e Wilson Fittipaldi.
A polêmica surge sobre o corte das árvores e a proximidade com o hospital veterinário da UFMG. Nos grupos de WhatsApp apareceu uma montagem de duas fotos do Mineirão, uma do estádio rodeado de árvores e outras dele sem as árvores, todo cimentado.
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Ocorre que analisando as duas imagens pode-se observar que era um Mineirão antes da Copa do Mundo de 2014 e a outro depois que o estádio foi reformado para a Copa de 2014. Portanto, essa imagem não é de agora, mas da época que ocorreu a reforma e, na época, não houve polêmica, pois afinal somos o país do futebol.
A organização do evento será baseada nos pilares da sustentabilidade, com neutralidade de carbono, contrapartidas sociais e ambientais, além da geração de aproximadamente 2 mil empregos diretos e indiretos e a previsão de movimentação de mais de 1 bilhão de reais ao longo dos cinco anos de realização.
Vários estudos foram elaborados em razão da realização do evento, como os estudos de topografia, viabilidade técnica para a construção do circuito, o impacto econômico, a projeção turística e o impacto ambiental.
Foram seguidas as determinações legais e as licenças devidas foram conseguidas, como a do IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a do IEF- Instituto Estadual de Florestas e da FMC- Fundação Municipal de Cultura. Como medida compensatória serão plantadas 688 novas árvores, que deverão ter um requisito mínimo de 2,5 metros do solo até o primeiro galho, com no mínimo três galhos. Essa compensação ambiental já será iniciada agora até o início do evento, em agosto. Desse modo a região da Pampulha ficará 10 vezes mais arborizada que atualmente.
O BH Stock Festival está inserido nos padrões do ESG, ou seja ambiental, social e governança. O evento será 100 % Carbono Neutro, conquistado com a parceria da empresa LWART, especializada nesse tipo de compensação, com o incentivo ao uso do transporte público, para reduzir o trânsito de veículos e as emissões de gases poluentes. Haverá ainda o reaproveitamento dos resíduos gerados durante o evento, com o refino do óleo lubrificante utilizados pelas equipes.
Pelo impacto sonoro causado pela proximidade com o Hospital Veterinário o e Biotério da UFMG, os organizadores ofereceram como solução permanente a construção de barreiras acústicas que impedirão o barulho causado pelo evento e os outros oriundos de jogos e shows no Mineirão, mesmo depois da realização do evento automobilístico.
Assim, na verdade, a polêmica está mais para a área política que para a área ambiental.