Cristiana Nepomuceno, para a Itatiaia: “As Mudanças Climáticas e o impacto na economia”

No final do ano passado a Organização das Nações Unidas, a ONU disse que o verão de 2024 seria o mais quente de nossas vidas e o primeiro mais frio de todos, pois a partir de então todo ano a temperatura iria subir um pouco. Não tivemos esse verão quente do jeito previsto, mas estamos no inverno mais quente de nossas vidas. O inverno começou no dia 21 de junho, no meio das festividades juninas, entretanto não tivemos o privilégio de vestir as roupas quentes dos invernos passados. Estamos com as temperaturas de mínima de 14° C e máxima variando entre 29° e 32° C, nada condizentes para o nosso inverno. Como o inverno não chegou como esperado, já temos em pleno mês de julho a liquidação de roupas que ocorreriam no mês de agosto. Pois, o frio não chegou. E esse fato traz prejuízo para o comércio. No nosso extenso país tropical tivemos um pouco antes do inverno, as chuvas que destruíram o estado do Rio Grande do Sul e agora no mês seguinte temos os incêndios no Pantanal destruindo a vegetação e os animais. Estamos indo de um extremo ao outro em pouco tempo. E ainda há quem negue que as mudanças climáticas estão acontecendo, apesar de sofrerem seus resultados. Ao mesmo tempo, pelo mundo temos notícia do furação Beryl de categoria 5 no Atlântico, sendo o mais precoce já registrado, era esperado para setembro. Na Itália, tivemos agora recente inundações e deslizamentos de terra na comuna de Noasca, depois de vários dias de chuva forte que provocaram o transbordamento de rios. O mau tempo fez com que as enchentes afetassem também a Suíça. Essas variações climáticas extremas nos últimos meses trazem consigo doenças novas e, também causam prejuízos financeiros para a população. Uma safra que era esperada para determinada época do ano, já não pode mais ter certeza sobre ela. O gado também sofre ou com o excesso de chuva ou com a seca intensa, provocando o alto no preço da carne. Uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial, divulgada em 2023, prevê que as mudanças climáticas custarão entre US$ 1,7 trilhão (R$ 9,52 trilhões na cotação atual) e US$ 3,1 trilhões (R$ 17,36 milhões) por ano até 2050, o que equivale a 1,5% e 2,8% do PIB global atual. Um outro estudo demonstra o comprometimento econômico causado pelas mudanças climáticas, o que pode ocasionar uma retração de 19 % na economia mundial de 2040. Há a previsão que os países menos responsáveis pelas mudanças climáticas sofram uma perda de renda 60% maior que os países de renda mais alta e 40% maior que os países com maior emissão. Os países menos responsáveis são os que têm menos recursos para se adaptar aos impactos climáticos. As consequências causadas por essas alterações climáticas são grandes tanto para os seres humanos e os animais quanto para o bolso de milhões dessas pessoas. Por isso é fundamental que as discussões sobre essa tema, sejam colocadas em prática pelos governos e pelas empresas. Estamos sentindo na pele e no bolso os efeitos dessas alterações climáticas. Cristiana Nepomuceno é bióloga, advogada, pós-graduada em Gestão Pública, mestre em Direito Ambiental. É autora e organizadora de livros e artigos.

Cristiana Nepomuceno, para o ‘O Fator’: “O mal da violência contra a mulher”

A violência contra a mulher é um mal que atinge a humanidade desde os primórdios. Desde as “bruxas” queimadas vivas, na Idade Média, até os assassinatos de hoje em dia – pelos mesmos motivos banais, especialmente, por causa de homens que não sabem lidar com o gênero feminino. A cada dia presenciamos mais atos violentos contra as mulheres – e isso, em pleno século XXI. As violências são as mais variadas, podendo ser física, psicológica, sexual, patrimonial, de gênero, doméstica e familiar. Tem-se, ainda, violência contra idosas e até mesmo violência política. Para combater o câncer machista de uma sociedade doente, precisamos de leis ainda mais rígidas que nos protejam – e que sejam cumpridas -, pois somente assim os selvagens poderão ao menos ter medo de algum tipo de punição. Temos leis em vigor como: Em 2023, tivemos mais leis em prol da proteção da mulher, como: Agora, em 2024, ainda temos várias medidas para a proteção das mulheres como o acordo assinado pelo Conselho Nacional de Justiça, o CNJ e Uber, para o combate à essa violência. O julgamento do STF, proibindo de ser questionada a vida sexual de mulheres nos processos judiciais e, por último, a sanção da Lei 14.857, que estabelece o sigilo do nome da vítima em processos de violência doméstica e familiar. Contudo, apesar de tantas leis e medidas, constatamos que precisamos mudar o comportamento de nossa sociedade (doente), que ainda vê a mulher de forma discriminada e desigual. Cristiana Nepomuceno Advogada, especializada em Direito Ambiental, iniciou sua jornada acadêmica em Ciências Biológicas. É sócia do escritório de advocacia Nepomuceno Soares, atuando em Compliance, Direito Ambiental e Empresarial, ESG e Negócios de Impacto, representando clientes nacionais e estrangeiros, além de importantes passagens pela Administração Pública.